E aí, curioso? Senta que o dia 22 de julho de 2025 foi uma verdadeira montanha-russa de emoções e notícias que abalaram o Brasil. Entre despedidas emocionantes de ídolos da música, uma tensão econômica que deixou todo mundo de cabelo em pé e decisões judiciais que viraram o assunto do dia, o país viveu um turbilhão de acontecimentos. Vamos mergulhar nos detalhes que marcaram esta data.

Parte I: Um País de Luto – O Adeus a Dois Gigantes da Música

Preta Gil (1974-2025): O Silêncio de uma Voz Insubmissa

O Brasil acordou mais triste com a notícia da morte da cantora, empresária e apresentadora Preta Gil, aos 50 anos, no domingo, 20 de julho de 2025. Ela faleceu em Nova York, onde lutava bravamente contra um câncer colorretal desde janeiro de 2023, buscando um tratamento experimental.  

A família agora enfrenta a burocracia para trazer o corpo de volta ao Brasil. Em um gesto que mostra o tamanho de sua importância, o velório será aberto ao público no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na sexta-feira, 25 de julho, das 9h às 13h, para que os fãs possam dar seu último adeus.  

Mas por que a morte de Preta Gil mexeu tanto com o país? Vinda de uma família de realeza da MPB – filha de Gilberto Gil, afilhada de Gal Costa e sobrinha de Caetano Veloso – ela construiu sua própria identidade. Sua última apresentação, aliás, foi um dueto emocionante com o pai. Preta foi uma “mulher transgressora, sempre à frente de seu tempo”. Ela se tornou um símbolo na luta contra o racismo, a homofobia e a gordofobia, usando sua voz para defender a diversidade e a inclusão. Não à toa, o circuito de megablocos do Carnaval do Rio foi batizado em sua homenagem.  

O luto nacional não é apenas por uma cantora, mas pelo que ela representava. Ao compartilhar abertamente sua batalha contra o câncer, ela transformou sua dor em uma plataforma de conscientização, um ato de coragem que marcou sua vida. O Brasil perde uma artista que era sinônimo de resiliência.  

Ozzy Osbourne (1948-2025): O “Príncipe das Trevas” e seu Reinado no Coração do Brasil

Como se não bastasse, o mundo da música perdeu também o ícone do rock britânico Ozzy Osbourne, que faleceu nesta terça-feira, 22 de julho, aos 76 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas Ozzy lutava publicamente contra o mal de Parkinson desde 2019. Sua morte ocorreu pouco mais de duas semanas após um show de despedida épico em sua cidade natal, Birmingham, ao lado de gigantes como Black Sabbath, Metallica e Slayer.  

A notícia caiu como uma bomba no Brasil, onde o rock tem uma legião de fãs apaixonados. Músicos brasileiros como Andreas Kisser, do Sepultura, e Tico Santa Cruz, do Detonautas, prestaram homenagens, destacando a influência revolucionária de Ozzy em suas carreiras. Do pioneirismo no heavy metal com o Black Sabbath à sua reinvenção como estrela de reality show em  

The Osbournes, o legado do “Príncipe das Trevas” é inegável.  

O luto simultâneo por Preta Gil e Ozzy Osbourne mostra a complexidade da nossa cultura. De um lado, uma artista visceralmente brasileira, cuja luta e arte dialogavam diretamente com as questões sociais do país. Do outro, um ícone global que o Brasil adotou como seu. O fato de ambos receberem tanto destaque revela um país que celebra com o mesmo fervor seus heróis locais e os ídolos que ajudaram a moldar a cultura mundial.

Parte II: Guerra Comercial com os EUA – O Impacto do “Tarifaço”

Choque na Economia: Os Primeiros Estragos

A economia brasileira está sentindo na pele os efeitos de uma briga de gigantes. Uma tarifa punitiva de 50% sobre todos os produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, está programada para começar em 1º de agosto. Isso vem depois de uma taxa de 10% imposta em abril, cujos resultados já são devastadores.  

O setor de carne bovina foi o primeiro a sentir o golpe. As exportações para os EUA despencaram 80% em apenas três meses. Em números, caímos de 47.800 toneladas em abril para apenas 9.700 toneladas até 21 de julho. Frigoríficos em estados como Mato Grosso do Sul já suspenderam a produção destinada ao mercado americano para não acumularem prejuízo. O drama maior é para a carga que já está no mar: cerca de 30.000 toneladas de carne, valendo até 160 milhões de dólares (quase R$ 890 milhões), correm o risco de serem taxadas com os 50% ao chegarem nos portos.  

Mas o problema não parou por aí. A crise se espalhou:

  • Madeira: Mais de 2.500 contêineres, avaliados em US$ 75 milhões, estão em risco. Empresas já planejam demissões e férias coletivas.  
  • Pesca: Com 70% das exportações indo para os EUA, os envios foram paralisados, ameaçando mais de 20.000 empregos.  
  • Outros setores: Café, frutas frescas e suco de laranja também estão na corda bamba. Mesmo que o suco de laranja possa ser redirecionado para a Europa, a perda do mercado americano cria um rombo que pressionará os preços para baixo.  

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um cenário sombrio: o “tarifaço” pode causar uma contração de 0,16% no PIB, eliminar 110.000 empregos e reduzir as exportações em R$ 52 bilhões.  

Tabela 1: Impacto Econômico das Tarifas Americanas (22/07/25)

SetorContexto / ValorImpacto RelatadoRisco Financeiro / Implicações
Carne BovinaUS$ 1 bilhão exportado no 1º semestre de 2025  Queda de 80% no volume de exportação (Abr-Jul)  US$ 160 milhões em mercadorias sob risco imediato da tarifa de 50%  
MadeiraGrande fornecedor para o mercado dos EUAMais de 2.500 contêineres em risco; envios paralisados  US$ 75 milhões em mercadorias em risco; demissões e férias forçadas planejadas  
Peixes / Frutos do MarEUA são destino de 70% das exportações  Envios paralisadosMais de 20.000 empregos ameaçados; sem mercado alternativo  
Café7,4 milhões de sacas exportadas para os EUA nos últimos 12 meses  Incerteza para futuros envios e mercadorias em trânsitoPotencial perturbação para uma exportação de commodity chave  
FrutasUS$ 133 milhões em exportações (manga, uva)  Safra em risco com cancelamento de contratosRisco de perda de produto por falta de mercado alternativo  
Suco de LaranjaUS$ 1,3 bilhão exportado para os EUA nos últimos 12 meses  Potencial redirecionamento para a EuropaLacuna de 40% na demanda da produção; pressão sobre os preços domésticos  

O Jogo Político: Diplomacia e Pressão Interna

O governo brasileiro corre contra o tempo. O Senado montou uma comissão especial que irá a Washington entre 29 e 31 de julho para negociar diretamente com o Congresso americano. Ao mesmo tempo, o vice-presidente Geraldo Alckmin discute a formação de uma comitiva com empresários para reforçar a pressão. A estratégia é clara: mostrar aos próprios americanos o prejuízo que eles terão e pedir, desesperadamente, o adiamento do prazo de 1º de agosto.  

O que complica tudo é que a motivação parece ser mais política do que econômica. Muitos acreditam que as tarifas são uma forma de Trump pressionar o governo Lula em favor de seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso travou os canais de negociação tradicionais. Para piorar, o lobby dos pecuaristas americanos (NCBA) não só apoia as tarifas como pede o  

banimento total da carne brasileira, usando velhas preocupações sanitárias, como a “vaca louca”, como arma. A briga, portanto, é em várias frentes: diplomática, econômica e de relações públicas.  

Parte III: Justiça e Segurança – Casos de Grande Repercussão Chegam ao Fim

“Last Call”: A Queda da Quadrilha do Aeroporto de Guarulhos

Nesta terça-feira (22), a Polícia Federal (PF) prendeu o último líder foragido da quadrilha que trocava etiquetas de malas no Aeroporto de Guarulhos para enviar cocaína para a Europa. O suspeito, de 30 anos, foi pego em uma cobertura de luxo em Guarulhos, na operação batizada de “Last Call”.  

O esquema ficou famoso em março de 2023, quando as turistas brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini foram presas injustamente na Alemanha. As etiquetas de suas malas foram trocadas por outras em bagagens com 40kg de cocaína. Elas passaram 38 dias na prisão até que a PF provou sua inocência. A investigação que se seguiu, “Operação Colateral”, desvendou uma rede que contava com funcionários do aeroporto.  

A prisão desta semana foi a última peça do quebra-cabeça, mas o núcleo da quadrilha já havia sido condenado em agosto de 2023, com penas pesadas.

Tabela 2: Condenações no Caso da Troca de Malas em Guarulhos

Nome/ApelidoPapel na OrganizaçãoSentença
Gleison Rodrigues dos Santos (“Vovô”)Líder39 anos, 8 meses, 10 dias  
Fernando Reis de Araújo (“Brutus”)Líder26 anos, 3 meses, 23 dias  
Carolina Helena PennacchiottiLigação / Coordenadora16 anos, 4 meses  
Matheus Luiz Melo da Silva (“Man”)Logística8 anos, 2 meses  
Eubert Costa Ferreira Nunes (“Bahia”)Logística8 anos, 2 meses  
Charles Couto SantosLogística7 anos  

Um Veredito Histórico sobre Violência Doméstica: O Caso Ana Hickmann

Em uma decisão de grande repercussão social, o empresário Alexandre Bello Correa foi condenado nesta terça-feira (22) por agredir sua ex-esposa, a apresentadora Ana Hickmann, em novembro de 2023.  

A sentença inclui um ano de prisão em regime aberto, multa de R$ 10.000 por danos morais e a manutenção de uma medida protetiva que o impede de se aproximar de Ana e de sua família. A defesa de Correa já anunciou que vai recorrer.  

Ana Hickmann declarou estar aliviada por “a justiça ter sido feita” e ressaltou o medo que sente do ex-marido. O caso se tornou um símbolo da aplicação da Lei Maria da Penha, e a condenação, mesmo que em primeira instância, envia uma mensagem poderosa sobre as consequências da violência doméstica no Brasil.  

Parte IV: Giro de Notícias – O que Mais Aconteceu no Brasil

  • Polícia: O rapper Oruam, filho de um conhecido traficante, se entregou à polícia no Rio. Ele é réu por sete crimes, incluindo tráfico de drogas. Em São Paulo, um homem foi preso suspeito de atear fogo em pelo menos 16 ônibus.  
  • Governo e Economia: O governo liberou R$ 20,6 bilhões do orçamento de 2025, graças a medidas como uma nova taxa sobre fintechs. A defesa de Jair Bolsonaro argumentou ao STF que ele não violou as condições de sua liberdade, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais.  
  • Curiosidades: Uma mulher do Paraná, Izabel Azevedo, ganhou R$ 100.000 na loteria, mas só descobriu quando a equipe do sorteio foi até sua casa, pois ela estava bloqueando as ligações de números desconhecidos. No mundo animal, um elefante-marinho foi visto descansando em uma praia de Mongaguá (SP), e um tucano foi flagrado bebendo água da torneira em Bonito (MS), que sofre com a seca. Em Santarém (PA), um bombeiro fez um resgate delicado de um gatinho preso em uma cerca de concertina.  

Conclusão: O que Fica de um Dia Tão Intenso?

O dia 22 de julho de 2025 foi um espelho do Brasil: um país que olha para dentro, chorando por seus ídolos e buscando justiça para seus problemas, mas que ao mesmo tempo é forçado a encarar crises externas que ameaçam seu futuro. A forma como a política interna, como a situação de Bolsonaro, se conecta diretamente com a crise econômica com os EUA, mostra como tudo está interligado.

Para os próximos dias, ficamos de olho: a diplomacia brasileira conseguirá frear o “tarifaço” americano? Como o legado de Preta Gil e Ozzy Osbourne continuará a inspirar o Brasil? E quais serão os desdobramentos das decisões judiciais que marcaram o dia? Uma coisa é certa: foi um dia que estabeleceu desafios e pontos de virada que ainda vão dar muito o que falar.